A seca não está conseguindo impedir que sementes de uvas brotem em pleno Sertão pernambucano. Em Serra Talhada, a prefeitura inaugurou um projeto inovador. Há cerca de dois meses, a Secretaria Municipal de Agricultura Familiar deu início a um amplo trabalho de recuperação e perfuração de poços artesianos na zona rural. A iniciativa obteve sucesso com alguns deles chegando a jorrar 60 mil litros/hora. Era o que faltava para garantir a perenidade da irrigação de lavouras.
Garantida a água, o governo começou então a apostar, em vários distritos de forma experimental, no plantio de hotifruti como uvas, cenouras, tomates, pimentão, cebola, goiaba, mamão e banana. As uveiras estão sendo cultivadas na comunidade de Angico Grande, em 25 metros quadrados de perímetro irrigado. “Para a nossa satisfação e surpresa, as uveiras vêm crescendo e demonstrando que podemos investir no futuro nessa produção”, disse o secretário de Agricultura do município, José Pereira.
A sensação de estar prestes a produzir uva em plena caatinga num ano difícil de estiagem tem semeado esperança no peito de milhares de moradores da zona rural. A boa notícia logo se espalhou entre os municípios circunvizinhos a Serra Talhada. No início da semana, o secretário José Pereira recepcionou, durante dois dias, uma comissão de técnicos agrícolas e representantes de polos sindicais de trabalhadores rurais dos municípios de Petrolândia, Jatobá, Itacuruba, Inajá e Belém do São Francisco,
O objetivo da visita foi conhecer alguns dos projetos tocados pela Secretaria Municipal de Agricultura, entre eles, o que investe no plantio de uva, de algodão aroeira, em hortas orgânicas nos quintais das casas dos campesinos e em sementeiras de palma forrageira. Desde o início do ano, seguindo determinação do prefeito Luciano Duque, Serra Talhada lançou o Programa de Convivência com a Seca. A iniciativa vem apoiando agricultores em iniciativas importantes para subsistência do homem no campo.