Estiveram reunidos nesta terça-feira, no Convento Stella Mares em Triunfo, o Secretário de Desenvolvimento Social de Serra Talhada, Josenildo André, o Secretário de Agricultura, José Pereira e a Diretora Municipal de Igualdade Racial, Elis Lopes com o bispo da Diocese de Afogados da Ingazeira, Dom Egídio Bisol. A pauta da reunião: doação de terras do Patrimônio de Nossa Senhora da Penha para construção de 50 casas pelo Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR) para famílias Quilombolas.
As negociações já vinham acontecendo e o gesto da Diocese é vista pelo Governo de Serra Talhada como uma vitória significativa na luta pela dignidade e na política reparatória para famílias Quilombolas que moram no alto em Luanda (Água Branca)
“Esta foi uma bandeira que foi empunhada pelo Prefeito Luciano Duque, de mudar a realidade de mais de 100 anos de exclusão dos remanescentes de quilombos que vivem no Distrito de Água Branca, e que recebe este gesto magnífico do nosso bispo diocesano”, declarou o secretário Josenildo André Barbosa.
Depois de um longo trabalho de busca e pesquisas no cartório de imóveis, a Diretoria de Igualdade Racial identificou a real situação das terras de Água Branca e, a partir deste documento foi procurada a Diocese, a proprietária legal da terra, para ser efetuada a doação e assim promover a construção das casas pelo PNHR.
A prefeitura de Serra Talhada está providenciando o cadastramento das famílias no Programa. Já existe 200 famílias cadastradas, a partir de visitas das equipes técnicas das secretarias de Agricultura, Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentável e Secretaria de Desenvolvimento Social. Neste primeiro momento estão sendo levantados a documentação obedecendo orientações da Caixa Econômica Federal, em seguida, após a conclusão do cadastramento o projeto será enviado para mesma.
PIONEIRISMO
Serra Talhada foi a primeira cidade a criar uma secretaria para tratar das questões envolvendo “igualdade racial”, o gesto pioneiro animou os movimentos raciais que colaboraram com os trabalhos desenvolvidos pela Secretaria de Meio Ambiente e Igualdade Racial do Município e já conseguiram vitórias significativas. Foram identificados 14 comunidades remanescentes de quilombos e uma delas, a comunidade da Serra Negra já foi reconhecida a nível Federal. “Nossa luta é promover o reconhecimento do máximo de comunidades e assim conseguir trazer os benefícios a quem direito toda esta gente que por anos… séculos até esteve excluídas das ações do governo”, declarou o prefeito Luciano Duque.