Começou nesta sexta-feira (11) a colheita do algodão no município de Serra Talhada. A plantação, cerca de 50 hectares, divididos entre 50 pequenos agricultores do Município faz parte do projeto “Algodão Aroeira” da Prefeitura local, através da sua Secretaria de Agricultura e pretende trazer de volta cultura da planta na região.
O município que já foi o maior produtor de algodão do estado até o final dos anos 80, viu desaparecer todas as suas plantações devastadas pela praga do inseto bicudo, agora porém, adotando práticas de plantio e cultivos orgânicos, o algodão reaparece e já apresenta um futuro promissor.
Em 2013 a secretaria de Agricultura de Serra Talhada deu início ao projeto “Algodão Aroeira” e de forma experimental cultivou 1 hectare que mesmo apesar da estiagem vivida na região, resultou em 800 quilos de algodão, destes, depois de “descaroçado” resultou em 600 quilos de pluma e 400 quilos de sementes, distribuídas entre 50 pequenos agricultores elevando a área cultivada inicialmente de 1 para 50 hectares e gerando uma expectativa de uma colheita de até 80 toneladas.
“Infelizmente o inverno foi irregular. Choveu muito na época errada e faltou chuva na época precisa, assim, novamente a plantação de algodão sofreu o efeito da estiagem, por isso a previsão inicial foi revista e acreditamos que nossa colheita deverá girar em torno de 50 toneladas”, informa José Pereira, secretário de Agricultura.
Mesmo com a queda na safra já é um avanço considerável em comparação a 2013 e aponta para algo ainda mais animador que é a expectativa de uma colheita que poderá chegar até a 20 mil toneladas já agora em 2015.
De acordo com o projeto da Secretaria, toda semente fornecida na colheita deste ano será distribuída com agricultores do Município e, além das sementes a Prefeitura ainda fornece o acompanhamento técnico e ajuda de custo na preparação da terra e sacos para armazenamento do produto.
“Todo algodão é cultivado consorciado com feijão e milho e de maneira orgânica, Não é permitido o uso de fertilizantes ou agrotóxicos, como também sua colheita e armazenamento seguem o mesmo critério, desta maneira, não apenas combatemos o bicudo como também agregamos mais valor ao produto e garantimos sua colocação no mercado”, explica Claudevan Santos, técnico agrícola da Secretaria Municipal.
Apesar das adversidades os campos estão vestidos de branco, uma cena que não é vista em Serra Talhada a mais de 30 anos. “Isto trás muita felicidade e muito futuro para nós do campo”, disse Aldeci Manoel de Lima, agricultor na fazenda Exu velho.
O secretário José Pereira não esconde sua ansiedade e revela que sua expectativa é que já no próximo ano Serra Talhada comece a fazer parte dos primeiros colocados no ranking dos produtores de algodão no Estado, “isso significa uma melhora na renda das famílias do campo, pois o algodão é a garantia de uma renda extra para todos eles”, disse Pereira.