(Texto: Rochany Rocha)
Médicos e enfermeiros da Atenção Básica dos municípios, que fazem parte da XI Região, participaram de uma capacitação e atualização em diagnóstico clínico sobre Leishmaniose Visceral em humanos. O objetivo da capacitação promovida pela Secretaria de Saúde de Serra Talhada, em parceria com a XI Geres, foi sensibilizar os profissionais para a importância do diagnóstico precoce e tratamento da doença.
A Leishmaniose Visceral ou Calazar é causada por um protozoário transmitido pelo Flebotomíneos (Mosquito Palha ou Birigui), que tem como um dos principais hospedeiros o cão doméstico. No homem, quanto mais cedo for diagnosticada a doença, maiores serão as chances de cura. No cão não há indicação de tratamento, pois não há comprovação cientifica de cura.
Os sintomas nos seres humanos são: febre, emagrecimento, aumento do tamanho do baço e do fígado, palidez, fraqueza, edemas, icterícia (cor amarelada da pele e dos olhos), eventos de hemorragia, quadros infecciosos e tosse.
De acordo com a médica infectologista do Hospital Osvaldo Cruz, Regina, o foco da capacitação foi o diagnóstico clínico da doença e o seu tratamento. Além disso, foi abordado o reconhecimento das formas graves, nas quais há necessidade de tratamento hospitalar, e daquelas formas que podem ser assistidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
“Procuramos sensibilizar os profissionais que quanto mais cedo for o diagnóstico, maior é a chance de cura, inclusive evitando a internações hospitalares. O tratamento e os medicamentos são disponibilizados pelo SUS, mesmo para as pessoas que são assistidas na rede privada”, disse Regina.
Cerca de 90 pessoas participaram da capacitação. O médico e vereador, Dr. Barbosa, que também participou da atualização, aprovou a iniciativa da Secretaria de Saúde. “Essa é uma capacitação prática, objetiva e sucinta. Possibilitará a nós profissionais ficarmos mais atentos ao diagnóstico e abordagem da doença, fazer uma melhor investigação dos casos e trabalhar a prevenção com a população”, afirmou o médico.
Controle da doença
Segundo o Secretário Executivo de Saúde, Aron Lourenço, a execução do programa de controle e eliminação da Leishmaniose Visceral é de responsabilidade dos municípios. Eles contam o apoio técnico da Secretaria Estadual de Saúde e do Ministério da Saúde com o fornecimento de insumos estratégicos como inseticidas e medicamento para o tratamento humano.
“Para fazer o controle da doença, é necessário que as Secretarias Municipais de Saúde façam a investigação dos casos, inclusive nos animais, o controle do vetor através do uso de inseticida em áreas infestadas pelo mosquito transmissor, ações voltadas para educação em saúde da população. Ainda é preciso que haja o manejo ambiental. O proprietário do cão que desejar fazer exame sorológico para diagnóstico da Leishmaniose Visceral deve procurar o Hospital Veterinário para a realização do exame rápido, caso o resultado seja positivo, solicitar o exame de sangue para a confirmação da doença”, disse Aron.
“Para os casos positivos, o animal deve ser submetido a eutanásia, seguindo protocolo do Ministério da Saúde, que recomenda a retirada do animal do meio ambiente, por se tratar de uma questão de saúde pública”, explicou o secretário.